domingo, 31 de janeiro de 2010

Anjinho


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Angela Gossow é a endiabrada vocalista da banda Arch Enemy. Ela é gata, quente e ainda me deixa imaginando como seria escutar versos românticos com essa voz ao pé do ouvido.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Trilhos


Não há como negar. Existem coisas que simplesmente crescem com você, que te habitam e, por mais que um dia você pense que as esqueceu, elas tocam a campainha e te encaram quando se espia pelo olho mágico.

Guardar com carinho suas lembranças e acalentá-las sempre que possível faz bem. Sou uma pessoa um pouco individualista, que gosta de espaço, de um tempo só para si. Acho a solidão capaz de nos focar em um ponto, de fazer-nos avançar em linha reta – este é o lado bom -, o lado ruim é quando ela simplesmente congela seus membros. Conviver nos dispersa, na maioria das vezes. Algumas delas para bem e outras para o mal. Tudo tem o seu preço.

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Muitos dos meus melhores momentos na infância brotaram de mim mesmo e não foram compartilhados com mais ninguém. Apesar de ficar feliz, vibrante e estar junto às demais crianças da minha idade, eu refletia inconscientemente o quanto é difícil compreender visões alheias, principalmente quando se nada contra a corrente que lhe foi doutrinada pela vida inteira. Eu pensava, desatentamente, e hoje permaneço pensando, mais racionalmente do que antes, obviamente, como é complicado abstrair-se e fazer do pensamento do outro o seu próprio, nem que seja por alguns instantes, alguns flashes. No meu quadro de opiniões, esse processo constitui uma das qualidades mais nobres do ser humano, a compreensão.

Um desses momentos íntimos que cresceram ao meu lado foi assistindo Conta Comigo (Stand by Me). À primeira vista, fiquei maravilhado com aqueles personagens e com aquela história simples contada de uma maneira tão franca. Eram garotos, como eu, apoiando uns aos outros para tentar sobreviver à selvageria do mundo, dos adultos.

Quatro garotos, um clube, uma casa na árvore e um dia para não esquecer. Eram elementos singelos reunidos, mas para que a veracidade dessa simplicidade possa vir à tona é onde encontramos o processo complexo.

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O filme foi reprisado à exaustão pela Sessão da Tarde, na Rede Globo, e sempre que era exibido, mais uma vez eu fazia questão de assistir. É um clássico. Superior a qualquer filmeco enlatado desses que teimam em passar. Adaptado de um conto de Stephen King, Conta Comigo demonstra outro lado do escritor. Diferentemente da maioria de suas obras, ele nos apresenta um drama com toques de aventura e comédia; fala sobre amizade, infância, transição, frustrações e aprendizado.

É um filme nostálgico por natureza pois, além de ser narrado por Gordie, um dos quatro garotos do grupo, também conta com esse sentimento de quem já o assistiu há muito tempo.

Não poderia haver melhor adaptação desse conto. Quando lemos e relemos, temos essa impressão de que tudo foi captado muito bem. De que tudo está onde devia estar, exceto em alguns pequenos pontos, mas isso é comum em toda adaptação. Não há como não perder substância em uma transposição desse tipo. Em compensação, se ganha outras coisas.

Na sua 1 h 26 min de duração, o longa caminha por toda faixa etária de espectadores provocando nestes sentimentos peculiares que só vêm à tona quando se tem o discernimento ou a ingenuidade necessários para isso. Talvez o grande mérito do filme, dono de uma linguagem suave, nada cansativa, onde tudo o que é apresentado se faz realmente necessário.
Recomendo quem ainda não assistiu, assistir, e quem já fez isso, rever o filme. É aquele tipo de produção que não pode ser subestimada.

“Treeeeeeeeeeeeeeeem!!!”.

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Info: River Phoenix, o ator que interpretou Chris, morreu tragicamente aos 23 anos, vítima de uma overdose. Ele era jovem e promissor. A ironia é que no conto de King, os outros dois personagens morrem (Teddy e Vern), mas no filme, apenas Chris tem esse destino.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

No pé


Uma das partes mais importantes da vestimenta é o calçado. Afinal, os tênis, sapatos, botas ou chinelos são o que nos sustenta, o que nos livra das bolhas e calos ou, quando sendo os principais causadores disso, pelo menos oferecem aquele alívio de, depois de um dia cansativo, tirá-los dos pés e colocá-los de lado.

Gosto muito de tênis marcantes, daqueles com estilo, cheios de inspiração no design. Os de solado baixo e regular são os que mais me agradam. Odeio modelos cheios de molas, propulsores, ar-condicionados e trambolhos infernais.

Deem só uma olhada nesse

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O modelo foi inspirado nas roupas do personagem Ferris Buller, de Curtindo a Vida Adoidado, e não podia ser mais legal.

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Para os fãs do horror, os tênis inspirados no tio Freddie Krueger e estilizados com sangue fresco dos probre jovens da Rua Elm são demais.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Senta que eu gosto


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Pela carinha do vilão, ele não está nem aí por ter sido derrotado. Quer mesmo é aproveitar a situação.

Direto de um daqueles seriados japoneses (Spielvan) que tiveram seu auge entre os anos 80 e 90.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Simpatia da playlist


Depois de se empanturrar de panetones no natal e quase ter a bochecha arrancada por uma tia que você não conhece e fala mais “graciiinha” do que a Hebe Camargo, é hora de se preparar para o ano novo, que parece ser uma nova dimensão no tempo e no espaço, capaz de romper com os anos passados, fazendo das más lembranças algo mais fácil de esquecer, e das boas uma saudade aprazível.

Na passagem de um ano para o outro, nos voltamos incrivelmente para o futuro, para os sonhos, os planos, nos enchemos de pretensões, ou, simplesmente nos comprometemos a relaxar e deixar acontecer. Mas, essencialmente, precisamos de uma data marcante, cheia de celebrações, de fogos de artifício, de roupas novas e tapinhas nas costas. É como quando prometemos estudar mais ou arrumar o quarto e deixamos para depois. Definimos uma data mágica e revigorante: “A partir da próxima semana eu faço.”, “De amanhã não passa!” É a necessidade do recomeço, de apagar o comportamento anterior e rabiscar um novinho. Para ajudar com isso é que pipocam as simpatias, de todas as maneiras possíveis. Elas parecem um lacinho vermelho no dedo, um reforço para nossa memória não deixar fugir o que prometemos fazer. Para muitos, digo que as simpatias passam a ser um segundo pé direito, para começar o ano pisando certo e sem desequilíbrios. Elas podem até não funcionar, mas que são divertidas, isso são.

Os anseios mais comuns apontam para atrair um amor, afastar as energias negativas, ter paz, prosperidade e muito dinheiro no bolso. Tão variadas como os desejos, são as formas de se fazer a simpatia, que vão desde enterrar a cabeça na areia até o sacrifício de comer aquela comida que te embrulha o estômago o ano inteiro. Mas aí eu fico pensando, se cada simpatia se propõe a realizar algo tão bom, por que então não fazemos um combo e temos um kit de felicidade prontinho? Seria legal ver alguém pulando as sete ondinhas e comendo um prato de lentinhas ao mesmo tempo. Certamente, além de felicidade e paz, o indivíduo necessitaria de uma boa dose de coordenação motora também. Imagine então usar três cuecas ao mesmo tempo, uma vermelha, uma amarela e uma branca, respectivamente para atrair amor, dinheiro e paz. Pensando bem, é melhor não. Ficaria tão apertado que se tornar estéril também seria uma probabilidade. Agora, mais interessante do que uma combinação de simpatias, seria criar a sua própria. Sim, porque muita gente dá um toque pessoal e come feijoada ao invés de lentinha ou surfa ao invés de pular ondinha, mas criar uma simpatia inteiramente nova é algo ousado, pois a chance de não funcionar, já que ninguém a experimentou antes, é muito maior, mas também é gratificante deixar a mesmice. E é por isso, caros leitores, que já há algum tempo eu criei a minha própria simpatia e venho aqui compartilhá-la com vocês, mas, por favor, não pensem que eu os tenho como cobaias.

Sendo musical como sou (falando assim eu pareço um daqueles cartões de natal eletrônicos que tocam Noite Feliz), a simpatia consiste basicamente no seguinte, eu defino uma playlist composta por doze músicas, cada uma correspondente a cada mês do ano, escuto todas essas músicas um pouco antes da virada e das comemorações e projeto os sentimentos que elas me transmitem para o ano vindouro.

Eis a minha playlist:

Janeiro - All Is Full of Love – Björk



Em janeiro todo mundo ainda está no clima do ano novo. No mesmo clima e vestidos de branco para combinar ainda mais estão os androides super realistas do clipe da Björk celebrando tudo estar cheio de amor.

Fevereiro – Bones – The Killers



Eu verdadeiramente adoro a energia dos Killers. Sempre fico animado ao escutá-los, e no mês do carnaval, pra quem não gosta de samba e não dança nadinha como eu - ruim da cabeça ou doente do pé, de acordo com aquela outra música -, rock 'n' roll do bom é a solução.


Março – Close To Me – The Cure



The Cure? Anos 80? Sim! Espero que em 2010 esse revival oitentista continue firme e forte, pois uma década tão legal como essa – cheguei neste mundo em 1988, mas ainda foi a tempo de colher alguns frutos dos anos 80 - ainda tem muito mais coisa pra mostrar.

Sobre o clipe: existe coisa mais legal do que tocar música com um pente? Só lembrar das sete ondinhas agitando com Robert Smith no fundo do mar.

Abril – House of Cards – Radiohead



Recordar é viver! Será que é muito cedo para se recordar o ano que passou? Bem, em 2009, um dos melhores shows, senão o melhor, que houve aqui no Brasil foi o do Radiohead. Competentes ao extremo e sintonizados com o som cheio de personalidade que fazem eles levarem os fãs ao delírio. Será que existe simpatia para a banda desembarcar todos os dias aqui? Se sim, eu quero saber.

No clipe de House of Cards não foram usadas câmeras, mas uma tecnologia 3D que capta a distância e forma dos objetos.

Maio – A Waltz For A Night – Julie Delpy



Ah, maio! Quase metade do ano, né? Hora de arranjar alguém para compartilhar momentos e trocar presentinhos ou enfrentar uma fossa desgraçada quando a simpatia da roupa íntima vermelha nos deixa na mão (literalmente).

Julie Delpy é uma ótima atriz e não precisava de mais nada para ser encantadora como é, mas ela ainda canta! Pois é! Lançou apenas um disco, que em compensação veio recheado de boas músicas. Essa valsa que ela toca no filme Antes do Pôr-do-sol não tem como ser mais simples e mais apaixonante.

Junho – 1979 – The Smashing Pumpkins



Essa é uma música que toca direto no meu coração. Não sei por que, mas é como se ela me transportasse para outros lugares, outras épocas que eu não vivi. Daí vem o meu fascínio por essa canção. Eu fico reflexivo. É a hora de lembrar que metade do ano novo já passou e agora não é mais tão novo assim.

Julho – Next Time Around – Little Joy



Aí você escuta Little Joy com esse toque de ritmo havaiano gostoso e lembra de praia e de mais um ano novo e pensa que o ano pode ser novo todo mês, todo dia, toda hora, só basta um esforcinho e algo que te ajude a ficar pra cima.

Agosto – Pretending – HIM



Agosto é o mês do meu aniversário! Sim! Como eu sou um pouco ansioso, costumo aceitar presentes desde janeiro, portanto, se no natal você ganhou aquele suéter da vovó que não te serviu ou não consumiu aquele champanhe mais carinho, pode me mandar que eu aceito com o maior prazer.

Quem me conhece sabe que o HIM está entre as bandas tops do meu coração. Um pouco de pop, um pouco de heavy e um happy birthday de arrasar.

Setembro – O Tempo – Cidadão Instigado



Em setembro tudo já está no maior frenesi. A gente olha pro calendário e se pergunta como o tempo parece passar cada vez mais rápido. A sensação que se tem é que um ano é mais curto do que o outro. Nessa mistura de percepções é que eu indico uma banda que faz uma mistura acertada. Com influências da música “brega”, do rock psicodélico e umas pitadas eletrônicas, Cidadão Instigado fala sobre o tempo como se fazia há trinta anos.

Outubro – Move Your Feet – Junior Senior



Sem perder o pique no décimo mês do ano, essa música do Junior Senior combinada com o videoclipe são umas das coisas mais animadas que eu vi e ouvi em toda minha vida. Perfeita para uma festinha improvisada na sua garagem.

Novembro – I Feel It All – Feist



Mais um toque feminino para fazer do ano o melhor possível. Feist correndo num gramado em meio aos fogos de artifício em I Feel It All é perfeita para o aquecimento do que virá no próximo mês. Ela tem uma voz doce e faz uma música despretensiosa e fácil de ouvir.

Dezembro – O Vento – Los Hermanos



Rodrigo Amarante fazendo sua dobradinha aqui canta “posso ouvir o vento passar, assistir a onda bater”. É, em dezembro a gente já escuta as ondas batendo e o pessoal pulando, fazendo simpatia até cansar as pernas. Com essa, que para mim é a música mais inspirada da banda, eu encerro o ano, já pensando numa próxima playlist.

Aí você me pergunta se essa simpatia funciona comigo. Eu digo que sim, funciona! Pode não mover cadeiras, entortar colheres, aumentar o dinheiro no meu cofrinho ou me curar de alguma gripe, mas me mantem próximo do que eu gosto, do que eu me identifico, e assim o ano fica mais fácil de se viver.

As músicas que representam cada mês do ano me transmitem a mensagem de que a celebração e os bons desejos não podem ficar resumidos apenas à passagem de dezembro para janeiro, mas devem perdurar o ano inteiro.

Faça a sua playlist, escolha como sua vida deve tocar, mas, acima de tudo, crie, adapte, modifique, deixe do seu jeito, pois tudo é mais prazeroso quando parte de nós mesmos. A melhor e mais eficiente simpatia de todas é você fazer a sua própria simpatia.