Para quebrar o jejum de postagens do blog, nada melhor do que uma listinha. E listas são sempre discutíveis, controversas, limitadas. Na verdade, as únicas duas finalidades de se listar gêneros de filmes, álbuns, músicas, videoclipes, games etc., é servir de guia e divertir, e esse é o propósito desta. Pensei inicialmente em elencar filmes mais desconhecidos, mas foi inevitável recorrer aos clássicos, apesar de um ou outro filme citado não ser tão popular assim.
NOSFERATU (1922)Pra mim é bem difícil encontrar um filme mais aterrorizante do que Nosferatu, e todo esse grau de trevosidade se deve à época de produção do longa, 1922, um período tão remoto que chega a ser difícil de acreditar. Obviamente, não restou nenhum ator nos dias atuais para contar as histórias dos bastidores da produção. O filme mudo tem ainda um clima mais sinistro pelo exagero das expressões e dos trejeitos dos atores buscando compensar a ausência da linguagem falada. Além disso, a interpretação e caracterização de Max Schreck como Conde Orlok é genial.
Nosferatu é a baseado livremente na obra de Bram Stoker, Drácula, o que causou a condenação da produtora do filme por violação de direitos autorais.
THE EVIL DEAD / UMA NOITE ALUCINANTE – A MORTE DO DEMÔNIO (1981)Quem assiste Evil Dead e depois a franquia Homem-Aranha e não conhece o diretor dessas produções, nunca vai concluir que se trata da mesma pessoa, Sam Raimi. Em uma situação semelhante à de Peter Jackson, Raimi dirigiu o clássico de terror B em 1981 e em 2002 dirige o estrondoso sucesso que foi a adaptação de Homem-Aranha para as telas.
Evil Dead traz a velha história de jovens em viagem que têm problemas com o carro e usam uma casa antiga no meio de uma floresta como abrigo. Lá eles encontram O Livro dos Mortos e uma fita que traduz determinados trechos do livro. Depois de ser reproduzida, o mal é libertado e espíritos malignos se apossam de todos, menos é claro do protagonista Ash, que precisa combatê-los pra sair vivo dessa.
O ponto alto de Evil Dead é fazer muito com pouco. Se o orçamento do longa foi baixo, o nível de gritos, sangue e violência explícita é alto.
NIGHT OF THE LIVING DEAD / A NOITE DOS MORTOS VIVOS (1990)Apesar de o filme original, dirigido por George Romero em 1968, ser o clássico absoluto do gênero e ter dado início à toda essa série de filmes de zumbis que se estende até hoje, o meu longa preferido de mortos-vivos comedores de cérebro é o remake dirigido em 1990 por Tom Savini.
Savini é um reconhecidíssimo mestre dos efeitos especiais. Seu trabalho tem estado presente em grandes produções do horror há três décadas.
Mesmo com os avanços da computação gráfica e dos efeitos visuais empregados nos filmes de horror, na minha opinião não há nada que substitua uma boa maquiagem. O efeito acaba sendo muito mais genuíno, menos sintético e polido. A sensação que as maquiagens gore nos filmes de horror dos 80 me passam é de sujeira. Isso torna as produções muito mais interessantes.
Como no filme original de George Romero, um misterioso acontecimento faz os mortos voltarem à vida, e o pior, famintos por carne humana fresca. Além do terror, dos efeitos caprichados para a época e, é claro, dos zumbis, o roteiro também é bastante interessante, pois, além de sobreviver ao ataque dos comedores de cérebro, o grupo de humanos concentrados numa casa no meio do nada, precisa também lidar com seus relacionamentos, sua ganância e egoísmo.
A NIGHTMARE ON ELM STREET / A HORA DO PESADELO (1984)Mortos-vivos e Freddy Krueger sempre dividiram o posto de meus monstros preferidos do cinema. Um vilão completamente queimado, com garras de aço, camisa listrada à la Mangueira, chapéu de sambista e um currículo mórbido de assassino de criancinhas da rua Elm que volta do inferno diretamente para pesadelos de indefesos adolescentes. Não tem como não achar isso sinistro, e eu achava muito quando criança. É verdade que a franquia A Hora do Pesadelo só piora desde o primeiro filme (com exceção de Freddy vs Jason e o remake do primeiro longa, que até são regulares e valem ser assistidos por curiosidade), mas o grande êxito de Wes Craven, o diretor do filme, foi apresentar um vilão original que chegava até suas vítimas através de sombrios pesadelos.
No primeiro filme, o personagem fala pouco e consegue manter de pé um tom sinistro. Nos seguintes, o que se vê é um festival de qual morte é mais engraçada e bizarra, mas Robert Englund nunca deixou de ser inesquecível como Freddy Krueger.
RE-ANIMATOR / RE-ANIMATOR A HORA DOS MORTOS VIVOS (1985)Eis um filme que conseguiu me amedrontar durante a infância. Re-animator usa mais uma vez a temática dos mortos vivos, porém o mote da história gira em torno de um estudante de medicina que desenvolve um reagente capaz de trazer de volta à vida organismos mortos.
O filme é um clássico dos anos 80 e não economiza no sangue, nas vísceras, nos decepamentos, enfim. De brinde ainda se vê a absurda cena de uma cabeça decapitada fazendo sexo oral em uma garota amarrada numa mesa de autópsia.
REC (2007)Quando assisti REC fiquei surpreso pela qualidade do filme. Refiro-me à versão espanhola, pois ainda não assisti o remake estadunidense. O longa usa um recurso semelhante ao usado em Bruxa de Blair e coloca o espectador na primeira pessoa. É como se ele fosse o câmera que grava toda a ação. Mais uma vez, listo aqui um filme que envolve zumbis. Já que disse que eles fazem parte do elenco dos meus monstros preferidos, né? Então...
A história retrata uma repórter e seu cinegrafista que partem para uma filmagem comum, mostrando como é o dia de um grupo de bombeiros espanhóis, porém os bombeiros são acionados para uma ocorrência e as coisas começam a ficar estranhas e sair fora de controle. Depois disso, são só sustos, gritos, sangue, suspense, uma atuação magistral de todo o elenco e um ritmo frenético.
THE EXORCIST / O EXORCISTA (1973)Grande parte da carga de terror do filme se deve não ao que é apresentado em seus 133 minutos, mas a uma aura de mistério, lendas urbanas e coincidências sinistras que gira em torno da produção. Incêndios, mortes misteriosas de alguns profissionais, ser baseado em fatos “reais”, blablablá... O Exorcista cria um clima pesado com alguns início de sutilezas e suspense para depois despejar vômito verde na tela. É, sem dúvida, um clássico do horror que ainda funciona, mesmo mais de 30 anos depois do seu lançamento.
Lembro que assisti quando tinha 12 anos. Na época, não fiquei aterrorizado como todos me falavam que seria depois de ver o filme, mas recordo do meu espanto ao assistir a famigerada cena em que a Reagan possuída se masturba usando um crucifixo. Muito, muito ousado pra 1973.
FRIDAY THE 13TH PART III / SEXTA-FEIRA 13 PARTE 3 (1982)Jason Voorhees é um querido. Irmãozinho do Freddy Krueger e um dos monstros mais amados, conhecidos e parodiados da história do cinema mundial, afinal, é só colocar uma máscara de hóquei e pronto, você é o Jason Voorhees da festinha à fantasia. Um ótimo disfarce para os introspectivos de plantão, já que Jason é um cara caladão, aliás, se a sua história se passasse nos dias de hoje, certamente diriam que ele veio do inferno se vingar porque foi vítima de bullying ou então, quem sabe, por culpa da Rebecca Black.
Sei que a crítica fala mal desse filme, que o roteiro é furado, que o que se vê é uma violência descabida e a morte de personagens pouco expressivos, mas, tãn nãm! É o primeiro filme no qual Jason usa sua famigerada máscara, afinal, é assim que todos o conhecem, mesmo aqueles que não dão a mínima pra filmes de horror.
THE TEXAS CHAINSAW MASSACRE / O MASSACRE DA SERRA ELÉTRICA (1974)Eu, aficionado por filmes de horror que sempre fui, quando criança teimava em perguntar a minha mãe se ela já tinha assistido algum filme assim, e ela dizia que apenas um, era O Massacre da Serra Elétrica, mas mesmo assim, mal se lembrava dele. Acho que ela cobriu muito os olhos pra não se lembrar de uma obra prima do cinema de horror.
O filme, apesar do sugestivo nome, não é tão gore assim. É criado um clima esplendoroso fazendo-se uso do terror psicológico, dos gritos histéricos de mocinhas desesperadas, das perseguições, dos olhares estarrecidos. Foi sutilmente inspirado na história do serial killer Ed Gein, um maluco que usava o couro de suas vítimas em máscaras e outros objetos.
Engraçado é como eu também gosto da continuação, que praticamente não tem nada a ver com o original, mas é bem mais sangrento e bizarro. Deve ser pela inclinação que eu tenho ao trash, haha.
PRINCE OF DARKNESS / O PRÍNCIPE DAS SOMBRAS (1987)Eis aqui o último filme da listinha, ufa! Prince of Darkness é mais um bom filme de John Carpenter, conhecido mundialmente por seu sucesso comercial Halloween. Já assisti praticamente todos os filmes de Carpenter e, pelo que vi, o diretor sempre acertou.
Assisti Prince of Darkness, pra variar, quando era criança, no SBT. Lembro de ter tido muito medo desse filme. Chegou a me marcar tanto que algumas cenas ficaram até hoje na minha cabeça, como a do personagem que é comido vivo por baratas. O legal de Prince of Darkness que é que ele mistura vários segmentos do horror como zumbis e possessões demoníacas.