quinta-feira, 2 de julho de 2009

Estômago


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Um filme saboroso, mas não totalmente digerível. Este é Estômago. Interessei-me pelo longa depois de ter visto João Miguel (o ator protagonista) comentando sobre ele. Bom, só de saber que João Miguel é protagonista é o suficiente. Admiro muito o seu trabalho, apesar de ainda não ter conhecido um papel seu que não seja construído em torno do nordestino, aquele típico caipira, de sotaque carregado, meio ingênuo, meio malandro... Mesmo assim, ainda gosto do João, e tenho confiança de que ele é mais versátil do que isso.

Como bem mostra o poster do filme, a história é intercalada com cenas de Raimundo Nonato, interpretado por João Miguel, em liberdade e encarcerado. Nisso, vamos conhecendo o personagem, seu universo e sua ligação com cozinhas e grades. Raimundo Nonato é todo engraçado, cheio do humor desconfiado. Coitado, um matuto na cidade grande, buscando um mundo de coisas e encontrando duas coxinhas de galinha gordurosíssimas.

A primeira cena é assim. Depois de engolir com todas suas forças a nada agradável refeição, Raimundo dorme no botequim, e quando tenta ir embora sem pagar, é barrado pelo dono, já de cassetete na mão. Quando não se tem dinheiro, o que resta a fazer? Lavar os pratos. É assim que nosso personagem passa a se infiltrar nas cozinhas.

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Passado algum tempo, quando o dono do botequim percebe que Raimundo leva jeito pra cozinha, faz uma oferta nada tentadora: um emprego de cozinheiro e uma pia pra lavar. Em troca, um quartinho nos fundos e um rango pra matar a fome. Ele aceita. Vai fazer o que, né?

A sorte grande esbarra em Raimundo. É o s
eu Giovanni, dono de um restaurante italino, que, reconhecendo o tato que o rapaz tem pra coisa, o convida pra trabalhar no seu restaurante, agora com salário e tudo. No meio disso, um amor já fazia parte da vida de Raimundo, era Iria, a prostituta fisgada pelo estômago e ouriçada pela coxinha.


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O filme é indiscutivelmente bom, a história é agradável, o tema musical é original e se encaixa bem com as cenas, apesar de ser classificado como drama, a comédia é que predomina durante o tempo do longa. Em algumas ocasiões, Estômago bem que me lembra o cinema europeu.

Eu não penso que isso seja um ponto negativo, pois, como disse no início, o filme é saboroso, mas não totalmente digerível, pois há uma guinada na história, e isso não acontece na metade, mas sim nos instantes finais. Há um choque, uma discrepância, entre o Raimundo Nonato que se forma em nossa mente e o que é apresentado ao final. O ritmo e a narração mudam, e a gente até tem a impressão de estar assistindo a outra obra. Mesmo assim, é recomendadíssimo, e de maneira alguma parecerá frustrante.

Estômago é um dos bons e atuais filmes do cinema brasileiro.


2 comentários:

Dom William disse...

Não tinha escutado falar sobre esse filme não...
Com certeza esse fds vou procurá-lo para assitir!
Seu texto deu fome de filme...

Igres Leandro disse...

Obrigado, William. Como disse, o filme é muito bom.

Abraços!