sábado, 25 de fevereiro de 2012

O HOMEM QUE ENGARRAFAVA NORDESTES

Depois de uma longa caçada ao documentário "O Homem que Engarrafava Nuvens", dirigido por Lírio Ferreira e produzido por Denise Dumont, finalmente consegui encontrá-lo, e valeu a pena. O documentário surpreende pelas imagens e se torna interessante não só para quem se interessa ou tem alguma relação com a história de Humberto Teixeira - compositor da clássica "Asa Branca" - mas também para quem quer um apanhado de história da música brasileira.



Com uma pesquisa primorosa, que conta com imagens antigas, relatos do próprio Humberto Teixeira ao lado de Luiz Gonzaga e mais um papo com inúmeros nomes da música brasileira, inclusive o querido Belchior e, representando os gringos, David Byrne, o longa se desenvolve bem e mostra uma imagem respeitosa e bela do Ceará, do nordeste, da Capital, do interior. Engraçado é se reconhecer na tela, se identificar com aqueles personagens, ver cidades onde você morou (Iguatu, Juazeiro, Fortaleza) retratadas com profissionalismo e por pessoas como Denise Dumont, filha de Humberto, atriz que teve maior exposição na mídia na década de oitenta e pôde conviver com um mundo intrigante, com artistas que fazem parte da história de muita gente. Ela mesmo certamente fez parte da história de muita gente, encarnando papéis, sendo símbolo sexual e protagonista de uma polêmica que se estende até hoje, houve ou não penetração em uma das cenas de sexo do filme "Rio Babilônia"? Porém, isso não importa. 


O que surpreende mesmo é o engajamento de Denise, o desejo de resgatar a imagem do pai, tido muitas vezes como homem invisível, sombra do Rei do Baião, sendo ele Doutor do Baião. Em uma matéria na época do lançamento do filme, Denise afirmou que teve de vender um apartamento para concluir o projeto.

Nós descobrimos Humberto Teixeira junto com Denise. Ela reconhece não saber quem foi o pai, não viver com ele uma relação íntima e aberta. O homem de letras, advogado, poeta, que soube transcrever genialmente para a música o sertão com todas suas peculiaridades, era rígido, não admitia ter uma filha atriz, era de muitas mulheres, muitas paixões.



Termino este texto recomendando fortemente "O Homem que Engarrafava Nuvens". Descubram Humberto Teixeira, descubram o Ceará, o Nordeste, porque é impossível não amar essa cultura. É impossível não ter orgulho dos ilustres e anônimos guerreiros (esses sim!), nordestinos.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

VOCÊ SABE O QUE É VIDEO MAPPING?

Respondendo à pergunta do título do post, é uma técnica que consiste basicamente na projeção de imagens sobre objetos, sejam eles prédios, casas, carros, telhados, manequins... Enfim, as possibilidades são muitas e o campo de exploração também é muito vasto. Serve pra vender anunciando alguma peça publicitária, serve pra dar vida a alguma obra das artes plásticas, serve pra tornar mais interessante o ambiente de alguma casa noturna...

Deixo vocês com alguns exemplos que me chamaram a atenção.




Criação insana da Sony para promover o PS3



Projeção em uma escultura




Agora quem ganha vida é um manequim




Ação da Marlboro e Audi (dica do Pedro Brandão @panz_e_pimba)

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

GAMES NOS VIDEOCLIPES

Quando duas linguagens inovadoras nascidas da cultura pop se unem o resultado pode ser bem interessante. É o caso dos videoclipes que fazem uso ou referência à linguagem usada nos videogames. Seja por meio da pixel art que é quando a estética é toda trabalhada com o uso de pixels e remete aos games mais retrôs até o uso do 3D que pega carona nas gerações mais recentes de games, a união desses dois mundos é bem-vinda e nos dá resultados divertidíssimos e prazerosos. Agora deixemos de blablablá e vejamos alguns exemplos:

 Junior Senior - Move Your Feet



É quase poderia dizer que esse clipe é de autoajuda se autoajuda não fosse uma coisa tão baixa. Mas o bicho é explosivo de tanta felicidade, e eu o adoro. Sem fugir do tema do post, não dá pra dizer que o o vídeo não inspirou-se no mundo dos games. Joguem Rhythm Heaven do Nintendo DS pra vocês verem.


Goldfish - We Come Together



A banda Sul-Africana foi além. O videoclipe deles não só inspirou-se no mundo dos games como também faz referências bem explícitas a eles. Já abre com o nome da banda no melhor estilo Sega e aí tem Bust-a-Move, Pitfall, Pacman, GTA... 


Red Hot Chilli Peppers - Californication



Não sou fã de Red Hot Chilli Peppers, não os escuto e nem uma MP3zinha da banda eu tenho no meu disco rígido, mas o que dizer desse clipe, não? Um verdadeiro clássico. Quando assisti pela primeira vez a esse videoclipe fiquei me perguntando "Deus! Onde arrumo isso pra jogar?". O verdadeiro precursor do GTA em três dimensões.


Björk - Hyperballad



Björk, pra muitos a doidinha islandesa que berra aos quatro cantos do mundo, pra mim uma artista que pulsa música de todos os tipos e todas as origens. Neste clipe, Björk usa a estética dos games tridimensionais num breve momento, mas vale sua aparição aqui por, além da sua imagem, suas músicas também estarem bastante associadas ao mundo dos games e da tecnologia.


Architecture in Helsink - Do the Whirlwind



Architecture in Helsink e um exemplo de videoclipe que casa perfeitamente com a música. Personagens no melhor estilo oriental e SD (super deformed). Lembra o MMORPG Maple Story.


Super Furry Animals - Lazer Beam



Lazer Beam do Super Furry Animals que só pode ser visto no próprio YouTube inicia com uma logo que faz referência ao Super Nintendo e depois nos lembra os fliperamas com personagens bem semelhantes aos  da franquia Metal Slug.


Golden Shower - Video Computer System




Esse foi dica do caro Miguel Andrade, dono do excelente blog La Dolce Vita. O mais legal é que Golden Shower (que nome sacana, hein?) é um projeto totalmente brasileiro e que eu não conhecia. O videoclipe se foca quase que inteiramente a referências sobre os games do Atari, para alegria dos saudosistas, mas no meio de tudo rola até um Matrix. Detalhe que não só o vídeo como também a música é voltada pros amantes dos games.

Biting Elbows - Insane Office Scape



Por fim, confiram o resultado mais do que legal desse videoclipe da banda Biting Elbows. A referência é ao game Mirror's Edge que conta com visual deslumbrante e que se passa totalmente em primeira pessoa. Mesmo os que nunca experimentaram o jogo vão curtir o ponto de vista do vídeo, literalmente. 

sábado, 21 de janeiro de 2012

VERSÕES ALTERNATIVAS PARA O BIG BROTHER

Há doze anos o reality show mais assistido do Brasil ganha novas edições. O BBB é um fenômeno de público, de audiência, de faturamento, de recorde e polêmicas. Polêmicas muitas vezes sem sentido, comoções infundadas, manifestações de amor e ódio propiciadoras de vergonha alheia. Big Brother seria ótimo, não fosse um programa de TV. Digo isso porque analisar o comportamento humano onde, quando e como você esteja é intrigante, instigante, excitante, porém, a espontaneidade tão anunciada pelos produtores do reality show é suprimida pelas regras, pelo jogo, pelo prêmio. Pela edição, acima de tudo. O que vemos nada mais é do que indivíduos que atravessam o moedor de carne, o portal, a porta da esperança e viram produto genérico. Por mais que suas cascas os diferenciem, por mais que sejam gays, tatuados, gordos, magros, altos, baixos. Para permanecer no jogo eles precisam fazer a política da boa vizinhança, precisam respeitar os todos poderosos que comandam a atração, precisam dançar Luan Santana e Rammstein, Radiohead e Michel Teló. 

Não digo que não assisto. Não sou hipócrita. Torci todos esses anos por algo surpreendente. Pra que alguém enterrasse outro ainda vivo no quintal, pra que organizassem uma rebelião e destruíssem todas as câmeras, pra que entrassem em trabalho de parto... Big Brother Brasil é receita de passividade. Deitar no sofá e esperar que os outros façam tudo por você, mesmo o que você não faria. Eu entendo os que assistem. Só não entendo as paixões despertadas. Enfim, este post tenta montar edições alternativas do programa que, pelo menos eu, gostaria de ver um dia no ar.


Uma quadrilha de políticos na casa mais vigiada do Brasil! Uma hora eles esqueceriam das câmeras e rolaria um festival de cédulas nas cuecas. Não existiriam panelinhas, mas partidos, cassação seria o novo paredão e ficaria mais tempo na casa quem tivesse mais dinheiro pra comprar voto.


Se "A Fazenda" da rede Record quis pegar carona no sucesso do reality global, é a vez da emissora de Pedro Bial dar o troco. Porque fazenda que é fazenda não tem animais tipo Viola, Sérgio Malandro, Théo Becker, Mulher Melancia, entre outros, tem é galo, vaco, cavalo, porco...


Diabéisso, porra! Que preconceito é esse conosco. Cadê a gente na TV? Sem dúvida uma edição só com ilustres cearenses seria pai d'égua! Já pensou, Pedro Bial em mais um de seus discursos recheados de filosofia de botequim pré-eliminação e um dos cearenses na forca diz "Ei, diabo pôdi, deixe de arrudei!".


Por falar na filosofia barata e maçante que Pedro Bial faz questão de introduzir num programa que definitivamente não absorve isso muito bem, imaginem uma casa cheia de filósofos, pensadores e estudiosos. Bial ficaria no mínimo constrangido em aplicar seus discursos. Possivelmente ninguém sairia da casa até saber o motivo da eliminação. Os porquês e as interrogações permeariam todo o programa.


"Dollynho, você acaba de ser eliminado do programa por estuprar a Moça do Leite Moça!". A vida é cruel e só os mais bonitinhos, interessantes e desenvoltos sobrevivem. Um jogo com todos aqueles mascotes que já disputam no mercado o melhor lugar e que só são plenamente felizes quando chegam à mão do consumidor. Big Brother Brasil patrocinado pelos guaranás Dolly, definitivamente ganharia o meu respeito.


Estupro aqui não seria problema, aliás, tudo seria consensual. 16 participantes, 8 mulheres, 8 homens, várias câmeras os impelindo à ação. Câmeras que precisariam ser limpas a cada bukkake, a cada gang bang. Bial diria "Salve, salve! Vamos voltar a espiar os participantes dessa nave mãe e puta!". Provas de resistência seriam do tipo "fio terra dentro do carro" ou "sexo submerso". 


Um assassinato no Big Brother Brasil, coisa que um dia pode tornar-se realidade. A diferença é que, nessa edição, isso não seria motivo de eliminação. Certamente o programa acabaria antes dos três meses estipulados. Cada domingo teria uma contagem de corpos e não de votos. Aliás, penso que aquele jardim da casa seria ideal pra desova dos cadáveres. 


Já que a prefeitura de São Paulo anda transferindo os viciados da Crackolândia pra casas de reabilitação à força, nada mais apropriado do que agraciar um grupo de 16 deles pra uma casa tão luxuosa quanto a do Big Brother Brasil. Não ia precisar de quarto branco pro pessoal ficar muito doido não, algum tráfico certamente iria rolar e o Bial não conseguiria terminar nenhum discurso com o pessoal da casa nas crises de abstinência literalmente louco de pedra, mas é aquela coisa, a casa tem médicos à disposição, vai que eles descolam um tratamento pro povo, né não?

Vou enviar o link desse post pro pessoal do Projac com a esperança de que alguma dessas sugestões seja aceita. Abraço e até a próxima, pessoal!

DE SOLHEDAOSOLIDAO PARA CONTORNADO

Pessoal que visita este blog, perceberam que o nome e o visual mudou, não é mesmo? (será que alguém esteve aqui durante isso?). Enfim, este post é só um comunicado pra anunciar essa mudança e também dizer que o conteúdo continuará o mesmo. A mudança de nome se deve à melhor memorização e também porque eu gosto de mudar, porque eu penso que isso pode ser uma injeção de ânimo pra que eu continue escrevendo aqui. 

Resumindo, antes era assim:

solhedaosolidao.blogspot.com

hoje é assim:

contornado.blogspot.com


Visitem, divulguem, compartilhem e, acima de tudo, comentem!

=)

terça-feira, 15 de novembro de 2011

CHAMA O ROBOCOP

Quem precisa de Ivete Sangalo como garota-propaganda quando se tem o policial de lata. Meio desengonçado, fora de forma e com uma pintura estranha, mas convenhamos, ainda não deixa de ser o Robocop. Meu sonho é ver casas Bahia e Insinuante entrando em parceria com Alex Murphy pra disparar as vendas.




Tem até inseticida, Deus!


Depois do macarrão instantâneo, quem não quer uma fantasia fofinha de Robocop pra ir à praia, né?





quinta-feira, 30 de junho de 2011

10 FILMES DE HORROR QUE VOCÊ PRECISA ASSISTIR

Para quebrar o jejum de postagens do blog, nada melhor do que uma listinha. E listas são sempre discutíveis, controversas, limitadas. Na verdade, as únicas duas finalidades de se listar gêneros de filmes, álbuns, músicas, videoclipes, games etc., é servir de guia e divertir, e esse é o propósito desta. Pensei inicialmente em elencar filmes mais desconhecidos, mas foi inevitável recorrer aos clássicos, apesar de um ou outro filme citado não ser tão popular assim.

NOSFERATU (1922)



Pra mim é bem difícil encontrar um filme mais aterrorizante do que Nosferatu, e todo esse grau de trevosidade se deve à época de produção do longa, 1922, um período tão remoto que chega a ser difícil de acreditar. Obviamente, não restou nenhum ator nos dias atuais para contar as histórias dos bastidores da produção. O filme mudo tem ainda um clima mais sinistro pelo exagero das expressões e dos trejeitos dos atores buscando compensar a ausência da linguagem falada. Além disso, a interpretação e caracterização de Max Schreck como Conde Orlok é genial.

Nosferatu é a baseado livremente na obra de Bram Stoker, Drácula, o que causou a condenação da produtora do filme por violação de direitos autorais.

THE EVIL DEAD / UMA NOITE ALUCINANTE – A MORTE DO DEMÔNIO (1981)



Quem assiste Evil Dead e depois a franquia Homem-Aranha e não conhece o diretor dessas produções, nunca vai concluir que se trata da mesma pessoa, Sam Raimi. Em uma situação semelhante à de Peter Jackson, Raimi dirigiu o clássico de terror B em 1981 e em 2002 dirige o estrondoso sucesso que foi a adaptação de Homem-Aranha para as telas.

Evil Dead traz a velha história de jovens em viagem que têm problemas com o carro e usam uma casa antiga no meio de uma floresta como abrigo. Lá eles encontram O Livro dos Mortos e uma fita que traduz determinados trechos do livro. Depois de ser reproduzida, o mal é libertado e espíritos malignos se apossam de todos, menos é claro do protagonista Ash, que precisa combatê-los pra sair vivo dessa.

O ponto alto de Evil Dead é fazer muito com pouco. Se o orçamento do longa foi baixo, o nível de gritos, sangue e violência explícita é alto.

NIGHT OF THE LIVING DEAD / A NOITE DOS MORTOS VIVOS (1990)



Apesar de o filme original, dirigido por George Romero em 1968, ser o clássico absoluto do gênero e ter dado início à toda essa série de filmes de zumbis que se estende até hoje, o meu longa preferido de mortos-vivos comedores de cérebro é o remake dirigido em 1990 por Tom Savini.

Savini é um reconhecidíssimo mestre dos efeitos especiais. Seu trabalho tem estado presente em grandes produções do horror há três décadas.

Mesmo com os avanços da computação gráfica e dos efeitos visuais empregados nos filmes de horror, na minha opinião não há nada que substitua uma boa maquiagem. O efeito acaba sendo muito mais genuíno, menos sintético e polido. A sensação que as maquiagens gore nos filmes de horror dos 80 me passam é de sujeira. Isso torna as produções muito mais interessantes.

Como no filme original de George Romero, um misterioso acontecimento faz os mortos voltarem à vida, e o pior, famintos por carne humana fresca. Além do terror, dos efeitos caprichados para a época e, é claro, dos zumbis, o roteiro também é bastante interessante, pois, além de sobreviver ao ataque dos comedores de cérebro, o grupo de humanos concentrados numa casa no meio do nada, precisa também lidar com seus relacionamentos, sua ganância e egoísmo.

A NIGHTMARE ON ELM STREET / A HORA DO PESADELO (1984)


Mortos-vivos e Freddy Krueger sempre dividiram o posto de meus monstros preferidos do cinema. Um vilão completamente queimado, com garras de aço, camisa listrada à la Mangueira, chapéu de sambista e um currículo mórbido de assassino de criancinhas da rua Elm que volta do inferno diretamente para pesadelos de indefesos adolescentes. Não tem como não achar isso sinistro, e eu achava muito quando criança. É verdade que a franquia A Hora do Pesadelo só piora desde o primeiro filme (com exceção de Freddy vs Jason e o remake do primeiro longa, que até são regulares e valem ser assistidos por curiosidade), mas o grande êxito de Wes Craven, o diretor do filme, foi apresentar um vilão original que chegava até suas vítimas através de sombrios pesadelos.

No primeiro filme, o personagem fala pouco e consegue manter de pé um tom sinistro. Nos seguintes, o que se vê é um festival de qual morte é mais engraçada e bizarra, mas Robert Englund nunca deixou de ser inesquecível como Freddy Krueger.

RE-ANIMATOR / RE-ANIMATOR A HORA DOS MORTOS VIVOS (1985)



Eis um filme que conseguiu me amedrontar durante a infância. Re-animator usa mais uma vez a temática dos mortos vivos, porém o mote da história gira em torno de um estudante de medicina que desenvolve um reagente capaz de trazer de volta à vida organismos mortos.
O filme é um clássico dos anos 80 e não economiza no sangue, nas vísceras, nos decepamentos, enfim. De brinde ainda se vê a absurda cena de uma cabeça decapitada fazendo sexo oral em uma garota amarrada numa mesa de autópsia.

REC (2007)



Quando assisti REC fiquei surpreso pela qualidade do filme. Refiro-me à versão espanhola, pois ainda não assisti o remake estadunidense. O longa usa um recurso semelhante ao usado em Bruxa de Blair e coloca o espectador na primeira pessoa. É como se ele fosse o câmera que grava toda a ação. Mais uma vez, listo aqui um filme que envolve zumbis. Já que disse que eles fazem parte do elenco dos meus monstros preferidos, né? Então...

A história retrata uma repórter e seu cinegrafista que partem para uma filmagem comum, mostrando como é o dia de um grupo de bombeiros espanhóis, porém os bombeiros são acionados para uma ocorrência e as coisas começam a ficar estranhas e sair fora de controle. Depois disso, são só sustos, gritos, sangue, suspense, uma atuação magistral de todo o elenco e um ritmo frenético.

THE EXORCIST / O EXORCISTA (1973)



Grande parte da carga de terror do filme se deve não ao que é apresentado em seus 133 minutos, mas a uma aura de mistério, lendas urbanas e coincidências sinistras que gira em torno da produção. Incêndios, mortes misteriosas de alguns profissionais, ser baseado em fatos “reais”, blablablá... O Exorcista cria um clima pesado com alguns início de sutilezas e suspense para depois despejar vômito verde na tela. É, sem dúvida, um clássico do horror que ainda funciona, mesmo mais de 30 anos depois do seu lançamento.

Lembro que assisti quando tinha 12 anos. Na época, não fiquei aterrorizado como todos me falavam que seria depois de ver o filme, mas recordo do meu espanto ao assistir a famigerada cena em que a Reagan possuída se masturba usando um crucifixo. Muito, muito ousado pra 1973.

FRIDAY THE 13TH PART III / SEXTA-FEIRA 13 PARTE 3 (1982)



Jason Voorhees é um querido. Irmãozinho do Freddy Krueger e um dos monstros mais amados, conhecidos e parodiados da história do cinema mundial, afinal, é só colocar uma máscara de hóquei e pronto, você é o Jason Voorhees da festinha à fantasia. Um ótimo disfarce para os introspectivos de plantão, já que Jason é um cara caladão, aliás, se a sua história se passasse nos dias de hoje, certamente diriam que ele veio do inferno se vingar porque foi vítima de bullying ou então, quem sabe, por culpa da Rebecca Black.

Sei que a crítica fala mal desse filme, que o roteiro é furado, que o que se vê é uma violência descabida e a morte de personagens pouco expressivos, mas, tãn nãm! É o primeiro filme no qual Jason usa sua famigerada máscara, afinal, é assim que todos o conhecem, mesmo aqueles que não dão a mínima pra filmes de horror.

THE TEXAS CHAINSAW MASSACRE / O MASSACRE DA SERRA ELÉTRICA (1974)



Eu, aficionado por filmes de horror que sempre fui, quando criança teimava em perguntar a minha mãe se ela já tinha assistido algum filme assim, e ela dizia que apenas um, era O Massacre da Serra Elétrica, mas mesmo assim, mal se lembrava dele. Acho que ela cobriu muito os olhos pra não se lembrar de uma obra prima do cinema de horror.

O filme, apesar do sugestivo nome, não é tão gore assim. É criado um clima esplendoroso fazendo-se uso do terror psicológico, dos gritos histéricos de mocinhas desesperadas, das perseguições, dos olhares estarrecidos. Foi sutilmente inspirado na história do serial killer Ed Gein, um maluco que usava o couro de suas vítimas em máscaras e outros objetos.

Engraçado é como eu também gosto da continuação, que praticamente não tem nada a ver com o original, mas é bem mais sangrento e bizarro. Deve ser pela inclinação que eu tenho ao trash, haha.

PRINCE OF DARKNESS / O PRÍNCIPE DAS SOMBRAS (1987)



Eis aqui o último filme da listinha, ufa! Prince of Darkness é mais um bom filme de John Carpenter, conhecido mundialmente por seu sucesso comercial Halloween. Já assisti praticamente todos os filmes de Carpenter e, pelo que vi, o diretor sempre acertou.

Assisti Prince of Darkness, pra variar, quando era criança, no SBT. Lembro de ter tido muito medo desse filme. Chegou a me marcar tanto que algumas cenas ficaram até hoje na minha cabeça, como a do personagem que é comido vivo por baratas. O legal de Prince of Darkness que é que ele mistura vários segmentos do horror como zumbis e possessões demoníacas.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

A MELHOR SÉRIE DOS ÚLTIMOS TEMPOS

Se me perguntarem agora qual é a melhor série de TV atualmente, respondo que é Breaking Bad. Há várias outras que habitam com carinho minha mente. Humor, drama, ação, ficção científica. É difícil fazer comparações pela diversidade de gêneros, mas, certamente, as histórias que mais chamam minha atenção são aquelas que se aproximam da realidade sem perder o poder de surpreender-me. E é justamente isso que acontece em Breaking Bad.


Criada e produzida por Vince Gillian, que também trabalhou com Arquivo-X, a série já começa ao avesso, com o protagonista e anti-herói Walter While, descobrindo ter um câncer no pulmão em estado avançado. Nos primeiros episódios percebemos a vida medíocre que Walt leva. Ele é um professor de química nada respeitado pelos alunos e pai de família com a dura missão de cuidar da esposa grávida e do filho com deficiência mental. Para ajudar na renda, Walt ainda usa o tempo vago para trabalhar lavando carros.

O personagem não poderia ser mais certinho e dentro dos moldes esperados para um professor, pai e católico, mas isso é até receber a notícia da doença que destrói aos poucos seu organismo. Walt nunca foi fumante, mesmo assim o pulmão foi tomado pelo câncer. E é a doença o ponto chave da série. Não fosse ela surgir drasticamente, não haveria a guinada na vida do personagem central. Walt passa a usar seus conhecimentos químicos para, com a ajuda de Jesse Pinkman, seu ex-aluno viciado em drogas, fabricar metanfetamina. É uma história que dá um nó nela mesma com um encaixe perfeito de argumentos.


Walt chuta o balde. É a resposta dele à vida. Uma vida de quem teoricamente fez tudo certo e recebeu em pagamento um duro golpe. Com a sua nova função de “cozinheiro” de metanfetamina, Walt é movido pelo objetivo de acumular a maior quantia de dinheiro possível para sua família. Jesse Pinkman tem a função de vender a droga produzida, mas ele é alguém instável, e seu vício não colabora. Jesse é a parte mais fraca e imatura da dupla. Não é a toa que os maiores erros acabam sendo cometidos por ele. A tensão entre os dois às vezes chega ao limite, deixando os espectadores apreensivos, mas entre tantas divergências, constrói-se também uma relação de amizade, afinal, Walt e Pinkman compartilham entre si problemas e fraquezas que ninguém mais tem conhecimento.

O combustível da série definitivamente é o mergulho nos vícios, fraquezas e defeitos humanos. Uma vida dupla torna-se muito mais instigante de ser observada, e essa duplicidade gera um intenso conflito, principalmente pela convivência com Hank, seu cunhado e agente respeitado da DEA, que é o departamento de combate aos narcóticos.

Breaking Bad é uma série mais adulta e densa do que a maioria em exibição e parece uma aula sobre ética, moral, nossos limites e as consequências de nossas atitudes. Walt passa a contribuir cada vez mais com o tráfico de drogas, com a legião de viciados espalhados pelas ruas, mas, por algum tempo, ele não tem noção da dimensão tomada por seus novos negócios. Com uma filosofia de “já que eles consomem de uma maneira ou de outra, vamos oferecê-los o melhor produto pelo preço mais justo”, Walt estende sua rede de vendas e passa a incomodar alguns poderosos.


A série traça um panorama interessante e fiel sobre o funcionamento do mundo das drogas, sua hierarquia, como os negócios se camuflam e como indivíduos que passam inteiramente despercebidos pelos olhos das autoridades têm importantes papéis no gerenciamento disso tudo.

Não posso falar muito, porque, de um jeito ou de outro, deixaria exposto algum spoiler, mas adianto que, nessas três temporadas já exibidas, Breaking Bad traz consigo uma característica empolgante, ela só melhora à medida que vai sendo produzida. O elenco é incrivelmente talentoso e em nenhum momento temos a sensação de personagens sobrando na tela. Cada um tem o seu devido papel e a importância necessária para fazer com que a série continue funcionando.


Se você já assistiu, faça como eu, fique torcendo pra estreia da quarta temporada. Caso ainda não tenha assistido, não perca tempo, dê um jeito de conhecer e, apropriadamente, viciar-se.

domingo, 9 de janeiro de 2011

MASSACRE DA SERRA ELÉTRICA OU DO TELEJORNAL?

A base do telejornalismo é informar o telespectador. Você, na sua poltrona, depois de uma estressante jornada de trabalho, acompanha as “principais” informações do dia. Inteirar-se, conectar-se com as coisas, poder debater e reforçar seus argumentos em uma discussão, são alguns dos motivos que justificam acompanhar diariamente um jornal.



Política, economia, ecologia, cidadania, dicas de como transformar o pão amanhecido em um prato francês chique e requintado, de como fazer um penteado radical na sua irmã usando um maçarico... tudo isso pode ser parte de um telejornal. Mas só a gostosa que apresenta as notícias sobre mudanças climáticas às vezes não é o suficiente para se garantir uma boa audiência. Bom, bundas também não caberiam muito como forma de chamar a atenção, mais por não combinarem com a bancada dos apresentadores do que por não caberem na tela. O que resta e o que todo mundo adora? Gente morta! Cadáver de traficante, bebê sufocado no carro, taxista assassinado. É uma diversidade e uma fonte de alimento impressionante para os urubus da comunicação social, afinal, violência é uma coisa tão arraigada no ser humano que ninguém passa sem ela. As crianças adoram destruir seus brinquedos, os pitboys adoram quebrar sem ver a quem, o tiozinho súdito do Datena sente prazer em dizer que bandido bom é bandido morto, aquele que tremula a bandeira da paz parece que só faz isso porque tem sangue de sobremesa. O ser humano é autodestrutivo e tem uma curiosidade mórbida insana. Aí vem, aquela famosa conversinha fiada “assisto pra me manter bem informado”, mas racionalmente não faz sentido. Os jornais, os telejornais, parecem não fazer muito sentido. Vejamos, a probabilidade de que jornais de emissoras diferentes veiculem ao mesmo tempo a mesma notícia é bem difícil. Geralmente há um delay. Isso faz com que as pessoas muitas vezes acabem assistindo praticamente a mesma matéria, com imagens semelhantes de cadáveres, sangue, chacina, enfim, violência.



Hoje em dia a informação pipoca onde quer que estejamos. Difícil mesmo é ilhar-se com tamanha exposição audiovisual. Telejornais abusam tanto dos mesmos assuntos, que a sensação percebida, pelo menos para quem tem um pingo de memória recente, é de um eterno déjà vu. Emissoras, deem folga a seus empregados e reprisem o jornal de anteontem, ninguém irá perceber.



Qual a relevância em saber que no Rio de Janeiro mataram trinta depois de um churrasquinho na laje? Que, devido à seca no nordeste, o gado anda pedindo dica ao camelo de como estocar água? Ou que em Brasília os políticos adotaram a moda da cueca com compartimento especial para dólar que não pinica? Não quero dizer que os problemas e sofrimentos humanos não têm importância, mas sim que, só quem desconhece isso são aqueles que acabaram de nascer.

Então, minha dica é, não deixe que a notícia se esparrame em sua sala, se impregne pelas paredes e pelo seu cérebro. Acabe com a passividade, vá você atrás da notícia, saiba filtrá-la e substitua o inútil pelo o que de bom o homem já fez e está por aí, aguardando ser descoberto.

Ou será que você nunca percebeu que, aqueles cachorros com a unha pintada, aquelas dicas de como cuidar do cabelo ou economizar detergente só são mostradas numa tentativa de amenizar as imagens dos trezentos corpos crivados a bala e da turma de jovens de quinze anos que capotou o carro e teve morte imediata, mostradas anteriormente?

Campanha "não veja jornal, veja filme de terror". Taí uns clássicos sugeridos:








domingo, 2 de janeiro de 2011

TIRINHAS QUENTINHAS


Andrício de Souza (André Cintra de Souza) é o cara por trás do blog repleto de “tirinhas quentinhas, tirinhas caseiras”, definidas assim por ele mesmo.

Usando como moldura belos papéis A4 rasgados simetricamente, Andrício solta o traço como quem rabisca apressado, direto de um barzinho, enquanto reflete sentando no vaso sanitário ou em um momento de ausência do chefe chato.



Justamente pela peculiar simplicidade aparente do trabalho é que surge a empatia imediata e a vontade de ler tirinha por tirinha.

Politicamente incorreto e às vezes nonsense é que se faz o humor dos diálogos e desenhos, estes que transitam do sublime ao tosco e dão vida aos olhares cômicos que vão de Paulo Cesar Peréio a Fernanda Young, além de Rita Lee, Dilma Roussef, Dado Dolabella...

É isso! Visite o blog, prestigie o trabalho e garanta boas risadas:


domingo, 12 de dezembro de 2010

10 CLIPES BONITOS QUE EU CONSEGUI LEMBRAR


Listinhas são sempre divertidas de se fazer, a não ser que seja a de compras no supermercado. Todo mundo tem a mania de dar pitaco, bradar sua opinião e fazer uma lista com ares de especialista. Por isso mesmo, elas não têm nenhuma credibilidade. Só servem como forma de entreter ou guiar alguém meio perdido, mas acreditem, a que compartilho agora com vocês tem fundamento, e este é garantido pela minha memória. Sim! Abaixo, os dez clipes mais legais esteticamente que eu consegui lembrar (obviamente a qualidade musical também conta, mas, neste caso, o foco principal é a qualidade visual).

Justice – DVNO



O duo francês de música eletrônica Justice poderia aparecer aqui também com “Dance” e suas T-shirts cheias de animação, mas o escolhido foi “DVNO” e as logomarcas famosas brotando na tela lindamente polidas, emprestando suas formas para a letra da música.

Peter Gabriel – Sledgehammer



Peter Gabriel explorou a animação em stop motion de forma insana e criou um trabalho verdadeiramente inovador. Mesmo que você não goste da música, vai querer ver este videoclipe mais uma vez.

Björk – All is full of love



Björk já apareceu em outras listas por aqui. É aquele tipo de mulher que você pode levar pra casa e dizer “pinte minhas paredes, rasgue minhas roupas, raspe meu cabelo. Tudo em nome da arte”. Neste belo videoclipe dirigido por Chris Cunningham – responsável por vários outros trabalhos de sucesso –, Björk aparece em forma de andróide, enquanto transmite a ideia de que o amor não tem forma e pode existir em todos os lugares.

The Strokes – Hard to explain



Em 2001 o Strokes lança “Is This It”, seu primeiro álbum de estúdio. A banda que se tornaria sensação do rock alternativo, traz no vídeo de “Hard to Explain” um frenesi de imagens correspondentes ao período de transição que o mundo vivia. Fim definitivo da década de 90, novo milênio e a pergunta “quem somos nós?”.

Sia – Buttons



Sia nem chega perto de ser uma belezoca feito Björk, porém, em “Buttons”, apresenta uma música divertida e um clipe mais ainda, afinal, só pela situação claustrofóbica de enfiar a cabeça – parte do corpo onde o cérebro se faz presente – numa camisinha, já vale a pena.

The Flaming Lips – I can be a frog



O clipe de edição e recursos mais simples aqui listado. Apenas um plano, uma garota selvagem que pode ser todos os animais que quiser e rascunhos animados sobrepostos. Não é por ser singelo que deixa de ser uma belezura gostosa de se assistir.

Portishead – Only you



Chris Cunninghan aparece aqui com mais um trabalho interessante. Em “Only You”, temos toda a densidade e obscuridade do som do Portishead traduzida. É um videoclipe pouco iluminado que usa o efeito visual de corpos submersos em compasso com o trip-hop produzido pela banda.

Klaxons – Twin Flames



Pessoas coladas umas nas outras é sempre interessante. De brinde, temos ainda uns peitinhos. Definindo resumidamente este clipe do Klaxons, seria uma suruba surreal.

New Order – Bizarre Love Triangle



Primeiro que esta música é clássico absoluto, mas, seria este clipe a inspiração para Hard to Explain, do Strokes?

Aqui, imagens das mais diversas, intercaladas, brotando com o beat acelerado da música. É a linguagem do videoclipe em sua essência.

OK Go – End Love




Eis uma banda surgida da internet, representante direta da geração You Tube e que, certamente, tem a maior parte de sua audiência conquistada mais pelos videoclipes caprichados do que pela sua qualidade musical. Foi assim com “Here It Goes Again”, já um clássico moderno da web, mas escolho “End Love” para figurar na lista, pois o tenho como o mais interessante visualmente de seus videoclipes.





De bônus, “9999-Gold”, clássico da música popular russa...


sábado, 11 de dezembro de 2010

QUEIMANDO A ROSCA



A sensação que se tem é a de que já inventaram tudo no mundo e que coisas aparentemente novas são apenas aperfeiçoamentos ou variações de coisas antigas. Vejam só a engenhosidade deste separador de nádegas para os interessados em tostar sob o sol por completo, sem esquecer nenhum buraco.

domingo, 14 de novembro de 2010

Ô, GARÇOM, ME VÊ UM LETUCE, POR FAVOR


Letuce é uma banda de alma carioca surgida do encontro entre Letícia Novaes e Lucas Vasconcellos. Em 2009 eles lançaram o seu primeiro álbum, “Plano de Fuga Pra Cima dos Outros e de Mim”, pelo selo Bolacha Discos. Não há outra palavra para definir este trabalho que não seja sinceridade, nascida de uma despretensão, de uma naturalidade quase vegetal – apesar de ser recomendado tanto para vegetarianos quanto para carnívoros –, quase alface, quase plantinha das bonitas que a gente cuida achando que vai salvar o mundo.



E aí, o casal inspirado, como não poderia deixar de ser, compõe sobre amor. Não o amor Romeu e Julieta, nem o amor das novelas mexicanas, mas o amor que ri de si mesmo porque sabe que se ama. Numa jornada entre a remela no canto do olho, a barba por fazer, o cabelo desgrenhado, a mão suada, uma flor de plástico e um poema infantil escrito num guardanapo, Letuce invade o universo substancial do romance e exala intimidade pintada a afagos e autodescoberta.



Todas as faixas são amálgamas indecifráveis, mas nessa fuga do “Plano de Fuga...”, algumas pedem abrigo no bom humor, como “Dia de Carnaval”, outras, no cisco que entra no olho, como “Horizontalizar” ou “Binóculos”. Essa versatilidade – ou será indefinição? – faz o disco soar bem em todas as situações.

Não tenho namorada. Ando procurando minha alma gêmea no Chat Line, mas, definitivamente, é um som recomendadíssimo para os casais não-equídeos. Eficiente também se faz para você que quer descansar os ouvidos do black metal. Dias de viagem, ativos, meditativos ou cheios de fotografias também pedem Letuce. Seu caso é não fazer nada? Pode escutar. Ponham para tocar nos shopping centers, assim os transeuntes comprarão mais papelão, cola e tesoura sem ponta. É a inspiração. “Love is in the air...”



E se aqui despejo elogios, não é por que o disco tem duas ou cinco faixas que se destacam em relação às outras. Na verdade, o trabalho traz consigo uma característica interessante, as canções são niveladas, o que não pode ser tomado por algo tedioso, pelo contrário. É uma tarefa difícil escolher entre as 12 faixas – dois covers – as melhores ou preferidas. O disco vale ser escutado de cabo a rabo, e se você fosse cachorro, o rabo balançaria até o final. É uma meiguice quase sacana. É uma sacanagem quase meiga. Tudo funciona tão bem porque as músicas complementam-se, intercalam-se, muito pela identidade já bem delineada da banda que conta com arranjos flexíveis, ótimas sacadas, pitadas eletrônicas e voz linda, forte e serena de Letícia.



Como ilustra a capa, o disco é meio aquático, meio onírico, meio plasma do Geléia dos Caça-fantasmas, meio marola daquelas que você não quer que acabe nunca de bater. Não é para gente medrosa, afinal, é um disco perigoso, daqueles que você escuta sem compromisso e se vê sequestrado, num cativeiro poético, ok, mas tendo de ligar para todos os amigos para indicar o som e chorar um resgate.



Letuce anda tocando por aí. Uma das recentes apresentações da banda foi no festival SWU. É bonito ver algo verdadeiro e intimista ter espaço e poder falar para mais gente o que bate como identificação imediata. Gratidão é algo que sempre acontece comigo quando uma obra, em qualquer plataforma e época que seja, me faz bem e me inspira. O mínimo que posso fazer é contar o que não se pode conter. Desejo vida longa, mais discos e amor para animar. Go, Letuce, Go! Mas passem pelo Ceará...



Para experimentar:

http://www.myspace.com/letuceletuce

Para comprar:

http://www.bolachadiscos.com.br/portal/

EP com covers mais uma MP3 inédita:

http://www.4shared.com/file/RjRzUUTM/LETUCE_-_EP_COUVES.html

Classificação: 4,5 de 5 Andys



sábado, 9 de outubro de 2010

TUTTUKI BAKO


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Certo, joguinho eletrônico de realidade aumentada criado por japoneses. Como a foto acima demonstra, você enfia o dedo e interage com o objeto virtual. Agora, pensem bem, sempre haverá alguém pra enfiar alguma outra coisa aí, né?

domingo, 26 de setembro de 2010

SEM CENSURA


Gil Vicente é o artista plástico responsável pela série de obras denominada “Inimigos”. Nela, personalidades políticas e religiosas ficam sob a mira de uma arma empunhada pelo próprio artista, num autorretrato.

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Talvez muita gente não teria ouvido falar desses desenhos de carvão sobre papel, não fosse o “mimimi” que a nossa querida OAB bradou ao pedir para que os trabalhos fossem retirados da Bienal de Arte de São Paulo.

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É paradoxal ver a Ordem dos Advogados do Brasil, que, teoricamente teria o dever de proteger artistas em caso de censura, pretender aplicar esta. Vivemos num período onde muita gente confunde ditadura com dentadura.

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Concordando ou não com os trabalho de Gil Vicente, eles continuam sendo arte, porque são libertadores para certos pensamentos, suscitam outros e conseguem ser controversos ao ponto de deixar muito puritano de cabelo em pé, mas nunca farão um ser humano normal matar outro, então, o argumento de apologia à violência não se justifica.

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Para conhecer mais do trabalho de Gil Vicente e visualizar suas obras em tamanho maior, acesse: http://www.gilvicente.com.br/