sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Raras!



Photobucket

"Sexo... sexo... sexo!

Quando o verão faz a gente ferver... quando os 3 casais amam em volta desesperadamente, abertamente, sem pudor nem pejo! Quanto tudo que o vídeo K-7 consegue é mais um manancial de sexo... nem o mar esfria ou tempera, até ele parece com sua voz repetir uma ânsia de amor e paixão! Está transtornada de desejo, incrivelmente tensa e ansiosa por um novo amor! E ele surge inesperadamente do espaço, o E.T. misto de sonho e de uma realidade fantástica para o transbordar num novo e fantástico prazer... numa outra dimensão do orgasmo!..."

Esta é a sinopse de Aguenta Tesão (O Etesão). Claro que nem precisava de descrição alguma, com uma capa bizarra dessas, a última coisa na qual pensamos é em ler a sinopse.

Para baixar esta e outras inimagináveis capas de filmes do cinema nacional, muitas da sua fase mais obscura, das pornochanchadas ao sexo explícito com o cinema da Boca do Lixo, eis os links:

Capas1 Capas2


No total, são mais de 257 capas para baixar. Os créditos são todos do blog Necro Filmes pelo excelentíssimo trabalho!

É só começar a ver uma por uma e sentir o mofo tomando conta dos pulmões.


quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Cheguei!


Acabei de chegar de viagem. Ufa!


No meio do caminho tinha um corpo envolvido num saco preto, estendido na estrada. É triste de se ver.

Amanha um post novo e colorido para as almas penadas que visitam este blog.

Beijos!

sábado, 17 de janeiro de 2009

Ausência

Alguns poucos dias afastado do blog.

Fiquem com uma risada gostosa:


Simplesmente



Acabou de ir ao ar o último episódio da minissérie Maysa. As cenas finais foram emocionantes, principalmente a conversa e reconciliação entre mãe e filho (Maysa e Jayme), e o acidente trágico que deu fim, prematuramente, a essa grande estrela.

Rolou até uma lagrimazinha do meu olho.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

A morte é sua


Há tempos que eu sinto necessidade de dedicar um post à nossa queridíssima Sônia Abrão, a Mortícia brasileira. Com mais um daqueles programas que, aparentemente, tinha o conteúdo voltado para a dona de casa brasileira, cheio de fofocas, com um tico de artesanato e, quem sabe, algum serviço de utilidade pública, como alguém falando sobre o exame de Papanicolau, o que a “atração” virou foi mesmo um poço sem fim para explorar a decadência humana.

Há compilação dos últimos cem humoristas mortos, dos músicos que foram dessa pra lugar nenhum depois de uma overdose, de quem já precisou se prostituir pra comprar uns pães, de como anda a lucidez no retiro dos artistas... Enfim, é uma programação variada para quem quer satisfazer o lado mórbido. Você se pega falando em frente à TV: “Poxa, nem sabia que esse aí tinha morrido...”.


O programa, claro, não se limita aos famosos. Quando se fala de tragédia, a produção vai fundo e mergulha na vida dos quase famosos e dos anônimos, porque uma pitada de sangue nunca faz mal à audiência.


Talvez o feito mais ousado de Sônia, a rainha escarlate do sangue coagulado, tenha sido falar com o seqüestrador Lindenberg. Acho que ela fica com os dedinhos cruzados embaixo do balcão só torcendo pra mais alguém expirar e o programa agarrar mais uma matéria sensacionalista.


Existe até um blog especializado e divertido sobre as peripécias de Sônia. Confiram:

http://comentandosonia.wordpress.com/

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

No Balanço das Horas

Tirei este conto do fundo da gaveta. Fazendo uma comparação com o que escrevo hoje, apesar de se encontrar vários pontos semelhantes, ele deixa transparecer um ar ingênuo, mas não propositalmente. Acho que eu devo tê-lo escrito entre 2005 e 2006. Como recordar é viver, como viver é passar o tempo, como o conto fala sobre tempo e meu tempo criativo não anda lá essas coisas, um texto de outro ano, de outra época, de outra percepção, apenas complementar:

No Balanço das horas

Os dias ensolarados sempre são considerados dias felizes. Hoje, mesmo com os raios luminosos do sol, meu dia foi cinza. Não me entristeci, nem me revoltei com nada, apenas observei o dia passar de forma contemplativa.

As pessoas pensam, reclamam consigo mesmas por nunca pararem para observar o dia, agradecer à natureza, prestar atenção na moça de olhos bonitos, ou até mesmo brincar com o filho em um parquinho qualquer. Eu não quis fazer nada disso, mas observei tudo de uma maneira estranha: vi números nas pessoas. Depois de passar por uma loja de relógios, senti-me adormecido com tantos tic-tacs, com tantos pêndulos, com tantos cucos. Estava hipnotizado. Sentei-me ainda tonto num banco antigo perto da loja. Chacoalhei a cabeça e surpreendi-me com tamanha diversidade encontrada à minha frente.

Meus olhos seguiam os passos dos transeuntes como se segue uma bolinha de tênis de um lado para o outro em uma partida emocionante. Sapatos tão diferentes, pêlos das pernas de diversos tamanhos, calças ridículas, mulheres gestantes, velhinhos com bengalas estilizadas, e muitos números com a cor dos ofuscantes raios de sol. Percebi que, assim como as pessoas, todos os números eram diferentes, nem que fossem por milésimos. Ainda assim eram diferentes. Números que se esbarravam, pessoas disputando o mesmo espaço. Depois do choque, temos tempos que se cruzam atrasando-se simultaneamente como num jogo, em um desafio onde todos estão em busca de algo.

Pensei nos milhares marcadores de tempo, desde os milenares, funcionando através dos raios de sol - coincidentemente como esses que agora observava -, até os digitais, precisos, atômicos, que nunca chegam a atrasar um segundo em séculos. Senti que os relógios mais importantes eram os que eu via. Tantos números e todos com tantas histórias para contar. Olho para o engravatado, parece ser bem sucedido, seu relógio tem as horas curtas, ele precisa enriquecer mais e deixar um patrimônio para os filhos. Olho para o senhor com roupa modesta, com cara sofrida e calos nas mãos, seu relógio tem as horas curtas, ele precisa trabalhar para sustentar seus filhos e terminar de pagar todas as prestações do seu plano funerário. Olho para a prostituta, seu relógio tem as horas curtas, ela precisa transar mais e mais até que acabe a noite e, para ela, literalmente tempo é dinheiro. Olho para o rapaz perturbado, com as mãos ainda sujas de sangue fresco, talvez um assassino, seu relógio tem as horas curtas, tantas vítimas para estripar, e, precocemente preso, com tantas horas atrás das grades.

Observei tudo e todos, vi seus problemas, seus anseios e soluções através de números, números esses que, assim como o sol ousam em se apagar uma hora. Tanta pressa, tanta correria, tanta ousadia. Tudo isso pela mesma causa: o tempo que não pode ser parado, que não pode se esperado, que vive com as pessoas, que não define se elas são más ou boas. Tudo vai escurecendo, a lua toma o lugar do sol e, quem passa, abandona por um momento o seu marketing pessoal. O advogado talvez já esteja em casa, depois de transar com uma prostituta, encontra-se muito cansado para a esposa e sem tempo para os filhos. A prostituta se encontra com o órgão sexual adormecido. É hora de contar o dinheiro para ajudar no sustento do seu pai, um senhor modesto que, a essa hora, já deve estar jogado no chão depois de receber um golpe de machado na cabeça executado por um assassino que agora está atrás das grades, esperando um defensor público, que já não tem mais tempo para a esposa e os filhos. Tudo agora tão parado... Enxergo o que talvez seja minha última visão agradável desse meu dia: um relojoeiro sem tempo para com o relógio fazer tantos tempos.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Julien Donkey Boy


Meu ano não começou tão bem, pelo menos sobre o otimismo que eu pretendia cultivar. Acho que isso tudo é fruto de algum pequeno distúrbio bipolar. Não sei, mas meus humores vão se alterando gradativamente no decorrer do dia. A verdade é que é uma dura tarefa se encontrar bem quando a maioria das coisas que te rodeia te chateia também. Para colaborar com as más sensações, uma compra que fiz foi tributada, e eu pensando em economizar...


Enfim, pulemos as perturbações reais e vamos até às ficcionais, pelo menos em parte. Quero falar de Julien Donkey Boy, mais um filme dirigido por Harmony Korine, o mesmo que dirigiu Gummo e criou o roteiro de Kids e Ken Park. Assisti-o há umas semanas e gostei. Não foi superior à experiência que tive com Gummo, mas sem dúvida é um bom filme, qualidade esta que só pode ser enxergada por poucos.

Harmony Korine mais jovem e mais magro.

Em Julien Donkey Boy, nem ao menos podemos definir uma sinopse. Julien é um garoto perturbado, e é difícil encontrar alguém que não seja no universo de personagens, só! É um filme que foge da narrativa e que cria o clima de que não foi feito para ser assistido (talvez esse seja o melhor detalhe). Esquecemos ser espectadores formais e ficamos espiando o recorte de imagens carregadas não só na aparência, mas também no conteúdo. Não há construção e nem evolução alguma no filme. As imagens e ações vão espetando que nem agulhas, e eu adoro coisas que me incomodam nesse sentido. Adoro filmes que fazem sofrer e que nos servem uma amostra de perturbação. Esse é um exemplo de cinema sadomasoquista que dispensa os chicotes e as roupas de couro.

Julien falando ao telefone com a "mamãe".

O longa é pesado, cheio de imagens granuladas, escuras, desfocadas, saturadas; com uma câmera turbulenta e inconveniente. Nada nos parece comum, por isso temos a sensação de presenciar como se desenrolam as vidas de um cotidiano estranho ao nosso. Julien Donkey Boy cumpre sua missão que, a meu ver, tem apenas o objetivo de nos explicitar situações sem nenhuma preocupação sobre o que possa ser transposto para fora da tela.




Trailer do filme.