sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Julien Donkey Boy


Meu ano não começou tão bem, pelo menos sobre o otimismo que eu pretendia cultivar. Acho que isso tudo é fruto de algum pequeno distúrbio bipolar. Não sei, mas meus humores vão se alterando gradativamente no decorrer do dia. A verdade é que é uma dura tarefa se encontrar bem quando a maioria das coisas que te rodeia te chateia também. Para colaborar com as más sensações, uma compra que fiz foi tributada, e eu pensando em economizar...


Enfim, pulemos as perturbações reais e vamos até às ficcionais, pelo menos em parte. Quero falar de Julien Donkey Boy, mais um filme dirigido por Harmony Korine, o mesmo que dirigiu Gummo e criou o roteiro de Kids e Ken Park. Assisti-o há umas semanas e gostei. Não foi superior à experiência que tive com Gummo, mas sem dúvida é um bom filme, qualidade esta que só pode ser enxergada por poucos.

Harmony Korine mais jovem e mais magro.

Em Julien Donkey Boy, nem ao menos podemos definir uma sinopse. Julien é um garoto perturbado, e é difícil encontrar alguém que não seja no universo de personagens, só! É um filme que foge da narrativa e que cria o clima de que não foi feito para ser assistido (talvez esse seja o melhor detalhe). Esquecemos ser espectadores formais e ficamos espiando o recorte de imagens carregadas não só na aparência, mas também no conteúdo. Não há construção e nem evolução alguma no filme. As imagens e ações vão espetando que nem agulhas, e eu adoro coisas que me incomodam nesse sentido. Adoro filmes que fazem sofrer e que nos servem uma amostra de perturbação. Esse é um exemplo de cinema sadomasoquista que dispensa os chicotes e as roupas de couro.

Julien falando ao telefone com a "mamãe".

O longa é pesado, cheio de imagens granuladas, escuras, desfocadas, saturadas; com uma câmera turbulenta e inconveniente. Nada nos parece comum, por isso temos a sensação de presenciar como se desenrolam as vidas de um cotidiano estranho ao nosso. Julien Donkey Boy cumpre sua missão que, a meu ver, tem apenas o objetivo de nos explicitar situações sem nenhuma preocupação sobre o que possa ser transposto para fora da tela.




Trailer do filme.

Um comentário:

Bruna Rasmussen disse...

cockadurururururururu i love my little roaster...

gummo é o que há (:
tudo o que eu compro, tributam
a rf nao gosta da gente, menino